quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quase lá

Depois de um fraco ano de 2009, e de um razoável-indiferente ano de 2010, em 2011 seria o confirmar do óbito ou a ressurreição do Festival Paredes de Coura.
É certo que ainda não está com toda a sua vitalidade, mas já se vê alguma coisa. Nomes fortes como DFA e Pulp, alguns nomes intermédios já com algum estatuto e as novidades da praxe. É de louvar o facto de contratarem mais bandas, dão uma maior possibilidade de escolha aos festivaleiros. Depois temos a interrogação Kings of Convenience. KoC é bom numa sala fechada, agora num palco aberto e a fechar um festival é preciso meter muitas reticências nisso. Mas pode ser que Erlend transforme aquilo numa pista de dança, e se adaptem às circunstâncias. Contudo, espero ainda um dia ver um cartaz deste género lá.

Estações de televisão em transe

O acidente e consequente morte de Angélico - paz à sua alma - tem sido amplamente noticiado na televisão, o que em nada é de estranhar, visto que ele é como se fosse o gajo de Hollywood para Portugal. As estações de televisão fazem pela vida, e noticiam cada segundo pois sabem que isso trará audiências de maior. Até a "querida" RTP presta o seu "serviço publico" ao também noticiar insistentemente este caso.

O que está a faltar nestas notícias todas é o frisar, e fazer uma de prevenção rodoviária, que o cinto de segurança é essencial e evidenciar os benefícios do uso do mesmo, como foi verificado neste caso. De resto fica a reter que cada vez mais as estações de televisão seguem o seu caminho do populista e acéfalo. Valha-nos a internet.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O provocador do momento

A entrevista que interessa, aqui.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Festivais com mística

Existem festivais de música, e depois existem outros que se elevam a um patamar difícil de catalogar. Só assim se explica que, mesmo sabendo que vai estar quase garantido mau tempo - com lama a jorros e afins - meninas como na foto se aventuram nestas andanças. Só aqui acontecem surpresas que cá em Portugal provocavam enfarte na certa. Radiohead a actuar como surpresa? Ok, é o Glastonbury, mas não era preciso exagerar.

Pequenos sinais de mudança

A turística pode servir de metáfora para o facto de não podermos viver acima das nossas possibilidades, e acima de tudo para evitar gastos supérfluos. O exemplo já está a vir de cima. Esperam-se novos capítulos risonhos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Amy Winehouse

O talento não é tudo. Por vezes uma cabeça mais atinada e estável é preferível a um enorme talento. Sem cabeça à altura o mais certo é que esse talento se desvaneça e dê lugar ao vazio de oportunidade. É o que se está a passar com a cantora Amy Winehouse, que tem um enorme talento entre mãos mas não tem uma cabeça à altura para lidar com ele. Em 2007 quando apareceu colocaram-lhe logo num altar - diga-se merecido - tal era a qualidade da sua voz negra, estranha num corpo branco. Passados 4 anos desde o seu grande sucesso tem andado a mergulhar num mar de drogas e álcool, alternando com sucessivos rehab sem efeito de cura.

É uma pena que isto tenha que ser assim, apenas é exigível que os seus agentes tenham o bom senso de cancelar todo e qualquer concerto sem que a mesma esteja devidamente preparada, pois eu, tal como os Sérvios este ano, também presenciei um degredo no Rock In Rio de 2008 que não foi bom de se ver. Nessa altura ainda conseguiu cantar (a espaços), mas tudo não passou de uma fraca comédia dramática.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Fernando, atente nisto

Um texto interessante de Rui Albuquerque acerca da temática da independência política.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Love Will Tear Us Apart



Um bom vídeo para uma boa música dos Golpes. E aqui aparece a menção aos Joy Division, banda de que eles são fãs.

Carminho in da house



Tem alturas em que o azeite galo começa a apurar, mas até que é agradável de se ouvir. É um bocado estranho este fascínio dos músicos estrangeiros pelo fado. Custa-me a acreditar que todos eles gostem, mas até que estas fusões são interessantes. E é óptimo para trazer novos públicos para o fado.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Candidata a fotografia do ano

Enquanto o fim do mundo acontecia em redor, um momento romântico irrompia na tropa.

Donzela, dá para carregar o meu iPod no teu biquini?

Ele há cada invenção.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mais vale tarde que nunca (better late than never)

Uma das melhores editoras norte-americanas na matéria dita alternativa (Joanna Newsom, Bonnie 'Prince' Billy) - Dragcity - prepara-se agora para editar em vinil Guitarra Portuguesa (1967) e Movimento Perpétuo (1971), de Carlos Paredes.
Isto é caso para fazer subir o nosso rating para triple-A, como a Dilma tanto gosta. Nem tudo é mau e desesperante em Portugal, ainda temos o património de Carlos Paredes.

Um novo clássico



B Fachada "Deus, Pátria e Família"
Parte I:

Parte II:

A Ana Lourenço, depois de ter ouvido estas duras verdades, deve ter ido ao ginásio relaxar e espairecer

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nobre atitude

Nobre atitude esta de Paulo Portas não voltar atrás na sua decisão de não permitir que o sujeito de seu nome Fernando Nobre fosse eleito presidente da Assembleia da República. Resta agora saber se ele vai mesmo encostar às boxes ou ainda lhe fazem o jeitinho para um lugar qualquer. Mas enfim.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um artista sem igual


António Rodrigues Ribeiro morreu há 27 anos. Para quem quiser relembrar um pouco quem foi este senhor tem aqui um bom documentário para ver.

domingo, 12 de junho de 2011

A Árvore da Vida - um filme que não é para todos

A desculpa de que é um filme não é para todos é a maior bengala para aqueles filmes que tiveram a infelicidade de não conseguirem ser inteligíveis pelo público comum, e em grande parte só arranjam uma explicação através dos críticos de cinema de apurada imaginação. Todos os filmes de alta craveira que se conhecem são perceptíveis pelo mais comum. Há filmes que exigem uma maior concentração, e por vezes até uma segunda visualização, mas este com certeza não entra nessa categoria.

A categoria mais indicada para este filme será a do toca e foge. Este é daqueles que só se pode tocar e deve-se de seguida contemplar. Pessoal, têm aqui 15min de filme a mostrar o sistema solar, mas isto é para reflectir. É muito profundo. Se esses 15min não são sinal de pretensiosismo então estamos mal. Isto foi mais uma desculpa para o autor fazer uma película para o seu ego, e ser adorado pelos críticos da cena. Esta é uma obra sem nexo, no qual entram os dois melhores actores da actualidade com papéis sem importância, demasiadamente subaproveitados. Que seca.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ser Fachadês

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Um dia para celebrar o nosso país, como estado soberano e independente. Neste dia propunha a audição de "Deus, Pátria e Família" (download gratuito), o mais recente trabalho do melhor músico português da actualidade - B Fachada.

Ainda sou do tempo em que me punha a ouvir B Fachada, ainda nos primórdios na sua fase dos Eps, com aquela sensação de que estava a ouvir um artista extremamente injustiçado, pois o que pairava na altura era um gozo barato à sua personagem, como se de um trengo excêntrico se tratasse. Passados uns tempos de muita batalha, e depois da sua grande obra, começou a obter o crédito a que de direito tinha, e foi uma devoção quase generalizada do publico ouvinte. Hoje em dia ele é uma das maiores referências da musica portuguesa contemporânea, com Sérgios Godinhos a aplaudir em uníssono.

A veia política de B Fachada já começou a dar o ar de sua graça em , mas depois de B Fachada ter atingido o seu pleno de maturidade, ele faz agora o seu manifesto para Portugal. Desde logo o título com a lição de Salazar provoca os primeiros calafrios. Depois temos uma abertura com sons de galinhas e de seguida uma guitarra a imitar uma sirene, anunciando o caos. Brilhante. A letra da canção apresenta uma crítica feroz a Portugal e as suas gentes; ele assume que não se identifica com Portugal e por isso diz que "canta em Fachadês". Não se reconhece num país que se tornou um protectorado, e aponta o dedo ao amadorismo e mediocridade tão presentes na sociedade portuguesa. É uma lição que aqui nos é oferecida, de quem "não quer ser mais de que um pai babado". B fachada é pois a voz de quem trabalha num pais que não da valor devido a essas pessoas. Este é uma obra de génio, e dá mesmo vontade de ser fachadês.


Excertos da letra:

"Portugal tá prá acabar, é deixar o cabrão morrer,
Sem a pátria pra cantar, sobra o mundo para viver,
Chegam flores do estrangeiro, já escolhemos o coveiro,
Por mim é para queimar, mas não quero exagerar,
(...)
Eu não sei português, e que se foda Portugal,
Eu canto em Fachadês, a minha língua paternal"

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Porque é que Portugal não funciona?

Porque a justiça não funciona. Porque medidas destas aplicadas em Portugal só mesmo nos sonhos dos mais optimistas. Enquanto não tivermos um Estado de Direito com saúde não vamos lá. O exemplo tem de vir de cima.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O caminho a tomar também em Portugal

Com o sector da construção em pronunciado declínio, resta apostar em inovação e na reabilitação do parque habitacional existente. A Alemanha tomou agora a decisão de investir 1500 milhões de euros anuais para renovação de edifícios, possibilitando desta forma a redução do consumo excessivo de energia pelos mesmos. Resta esperar até quando é que este governo vai esperar para tomar uma iniciativa destas.

Abstenção

Com a chegada dos resultados eleitorais, vem sempre a expectativa em volta da abstenção, se esta aumenta ou diminui. Este ano esta taxa aumentou novamente a nível nacional, ainda que ligeiramente, para mais um máximo histórico. É absolutamente lamentável que os habitantes desta nação se estejam a borrifar para os problemas deste país, porque sim, é o que essa abstenção significa e em particular nestas legislativas.

Sim, nós estamos mesmo mal, esta crise que atravessamos não tem meio de ver um fim.  Mas será a abstenção a solução para ela? Será que se ninguém votar e instaurarmos uma anarquia somos capazes de dar a volta a isto? Um redondo não. É natural que as pessoas estejam descontentes com a política em geral, mas daí a descredibilizar a democracia vai um passo largo. Existem maneiras de se protestar, como por exemplo o voto em branco (que também teve uma subida significativa nestas eleições); ou então votar nos partidos mais pequenos - de entre os 17 partidos que se submeteram a sufrágio não houve nenhum que se enquadrasse no pensamento das pessoas? E depois há sempre aquela velha máxima aplicada por muita gente de que os políticos são todos iguais: sim, existem alguns que podem não merecer crédito, seja por já terem feito asneira ou não terem o carisma exigido, mas existem certamente pessoas com vontade de mudar alguma coisa e que precisam de um voto de confiança e em quem deveríamos depositar. Porque se não votarmos, outro fará por nós a seguir, e poderá ser tudo menos do agrado do próprio.
 
Também não creio que a solução seja aplicar a mesma fórmula do Brasil, com votação obrigatória e penalizações para os abstencionistas. Cada um deve ser responsável por si, e deve ter consciência que a sua opinião conta para o futuro do país. Outra solução poderá ser o voto electrónico, enfrentar deste modo a inércia absurda em votar da nossa população, apesar de ainda haverem bastantes reticências acerca do seu sucesso. Há acima de tudo que dar mostras de que este país é desenvolvido, e votar em massa.

A par desta abstenção temos um problema grave: o crescente desinteresse por parte dos jovens pela política. Curiosamente, e contrário ao que poderia ser previsível, os jovens manifestam o seu descontentamento afastando-se da política e de qualquer forma pratica de politica. Esta crise deveria fazer o inverso, motivar os jovens para a política e a partilha de ideias para um Portugal melhor. Porque existe muito jovem neste país que sente que estar acima da política é estar acima dos problemas e achar que a sua condição não se coaduna com essa prática. Nada mais errado.

Agora punha em comparação este fenómeno da abstenção a uma situação. Imaginemos que vamos entrar a bordo de um barco. Nessa viagem temos a possibilidade de escolher o condutor do barco de entre uma dezena de indivíduos. Sabemos que alguns deles têm má fama, de que já levaram barcos ao fundo, mas também temos outros que ainda não sabemos nada acerca deles e que até pode ser que sejam responsáveis. Escolhemos um desses possíveis responsáveis ou não escolhemos nenhum e conduzimos nós o barco, sabendo que não temos experiência e certamente levamos o barco ao fundo?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Este jovem sabe o que faz

Poucos escrevem e compõem na actualidade como este senhor. Esta música é disso exemplo, incluída no seu ultimo Ep a solo - Submarine (banda sonora).


I etched the face of a stopwatch on the back of a raindrop
And did a swap for the sand in an hourglass
I heard an unhappy ending
It sorta sounds like you're leaving
I heard the piledriver waltz
It woke me up this morning

You look like you've been for breakfast at the heartbreak hotel
And sat in the back booth by the pamphlets and the literature on how to lose
Your waitress was miserable and so was your food
If you're gonna try and walk on water make sure you wear your comfortable shoes

Mysteries flashing amber
Go green when you answer
But the red on the rest of the questionnaire never changes

I heard the news that you're planning
To shoot me out of a cannon
I heard the piledriver waltz
It woke me up this morning

You look like you've been for breakfast at the heartbreak hotel
And sat in the back booth by the pamphlets and the literature on how to lose
Your waitress was miserable and so was your food
If you're gonna try and walk on water make sure you wear your comfortable shoes

Aaah, piledriver