segunda-feira, 21 de maio de 2012

A geração de 80 a desistir de Portugal

Costuma-se admitir que todos nós podemos errar por vezes, e que isso não deverá ser encarado como negativo, apenas deveremos aprender com os nossos erros. O Primeiro-Ministro Passos Coelho já foi infeliz em muitas declarações, mas continua a sê-lo, ou seja, não aprende com os erros. Dizer que o desemprego é uma oportunidade revela uma insensibilidade social gritante, de uma pessoa que só chegou ao lugar onde chegou porque o panorama estava mesmo negro.
A situação a que chegamos após um governo delirante do engenheiro Sócrates era insustentável, e foi difícil voltar a pôr o país nos eixos, com muito lóbi alimentado então. Contudo nada justifica este constante descrer no país, estes sucessivos ataques aos jovens e demais desempregados.
A linha ideológica que tolda o pensamento do nosso Primeiro-Ministro é que está a fazer os seus estragos. Não precisamos de alguém que siga as matrizes de pensamento já fixadas, e que por algo muito dúbias de verdadeiro sucesso prático. Precisamos de alguém que esteja à frente deste país, e que escolha as políticas certas aparte de ideologias. Alguém que pense por si mesmo, e que não olhe a meios para atingir fins positivos.
É que este completo desmotivar de toda uma geração de jovens, está a levar-nos a que, de facto, emigremos como indica o Primeiro-Ministro. Nas redes sociais todos os dias se vêem relatos de jovens  a emigrar e a demonstrar a alegria pelo feito. Mas quando antigamente se emigrava e deixava um carinho fraterno pelo país, de momento, quem emigra tão cedo não quer voltar cá. Foram períodos de angústia que certamente não querem reviver.
A geração que de facto apresentava condições para Mudar Portugal está a seguir para outros voos. Quem irá segurar este país? Eis uma pergunta a que não se encontra resposta.

sábado, 19 de maio de 2012

O dia em que não fui aos Coldplay

Do recato do meu lar, e numa iniciativa empreendedora, concorro a uma oportunidade de trabalho numa equipa que iria fazer negócio no concerto dos Coldplay, no Estádio do Dragão.
Recebo dias passados uma proposta de voluntariado, à qual num anseio de felicidade respondo afirmativamente que sim (a redundância evidencia a alegria premente).
No dia anterior ao afamado evento porque sim, ainda seriam 2 dias de trabalho intenso circundo o Estádio do Dragão e não encontro a barraca designada. Pergunto a um individuo, que aparentava ser da organização, e ele indica-me a terra prometida, onde possivelmente se encontraria a equipa.
Dirijo-me então para o local e reparo num grupo de voluntários bem entrosado e em amena cavaqueira. Não fiz caso, pensei que fossem já conhecidos, e avancei na minha investida. Qual não é o meu espanto quando a pessoa responsável pela equipa me informa que não recebeu a minha resposta ao e-mail. Aí caiu-me tudo. Criada toda uma emoção à volta daquele evento, vejo um mundo de oportunidade desabar a meus pés por uma falha tecnológica. Decidi mostrar-lhe a minha resposta ao e-mail, através do telemóvel, mas já não havia nada a fazer: tudo remou para que tal não acontecesse, que o concerto dos Coldplay fosse só miragem. E assim foi, o grupo de voluntários estava formado e não haveria hipótese de credenciar mais uma pessoa.
Escusado será dizer que as horas que se seguiram ao concerto foram tortuosas, com vídeos e relatos cheios de felicidade pós-concerto a aparecer em catadupa. Mas há coisas que estão destinadas a não acontecer. E esta foi uma delas.